Kbça
"Eu moro em bairro periférico, eu sei qual é a realidade. Na verdade, a gente não pode fugir disso, que quem são os salvadores da pátria são os traficantes que tão lá, ostentando e ganhando dinheiro no fácil. Então, eu procuro mostrar pra eles que tem outras soluções, que tem outras saídas. Que o fato de ele ser um morador periférico não faz ele menor, que ele pode ser o que ele quer e correr atrás da onda dele."
KBça grafite, 25 anos, morador do Conjunto habitacional Fraternidade, um dos mais populosos da cidade,território limítrofe ao Conjunto Feira VII, considera-se um artista independente e revela que a arte surge como uma necessidade criativa, ainda na infância quando era considerado hiperativo. Kbça aprendeu a grafitar na adolescência, quando conciliou seu talento no desenho com a oportunidade que encontrou para desenvolver habilidades com as latinhas de spray nos muros da cidade. Participa do coletivo NDF (Nós de Feira), o que considera ser a sua motivação enquanto artista de rua. Ele diz enxergar um papel social forte em seu trabalho, já que seus trabalhos geralmente abordam temas referentes à cidade e à liberdade. Sobre sua arte, ele diz que não gostaria de estar preso em um museu e que sua exposição está na rua. A arte surge então, como um escape para que o jovem veja que através dela há possibilidades de crescer e ir além.