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As cidades (des)enquadradas em imagens: experimentações (atra)versando o conceito de signo

Coordenação: Elenise C. P. de Andrade

Financiamento: CNPq

 

Com a vida, a cidade, as imagens, deslocarmo-nos junto à experimentação. Não só na ciência realizam-se experimentos, mas também na poesia e no pensamento, nos traz Agamben (2007). Propomos, assim, outras explorações com/nas/das imagens, possibilitando um pluri-álogo de conhecimentos, sensações, registros, ambientes, cotidianos, pretendendo um outro procedimento. Nesta proposta, a ação e a política não se fundam apenas no estar ou não de acordo com o que se vê e fotografa, mas numa certa forma de lidar com o sentido e com a linguagem, na busca de um dizer/pensar que se aproxime do aberto, do imprevisível e do ficcional, fissurando a força da representação que mora nas imagens. O projeto de pesquisa envolve quatro grupos: estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Aristides Cedraz de Oliveira (CEACO), Ichu, BA; jovens pertencentes a coletivos ligados às artes em Feira de Santana, BA; estudantes da escola Escola Estadual Francisco Alvares, Campinas, SP e professores do Instituto Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. São ruas, muros, janelas, superfícies, entre-lugares intensivos e convidativos a serem experimentados visualmente, enquanto espaço-visagem que possibilita abarcar as singularidades dos pesquisadores envolvidos, tais como: educação, currículo, educação ambiental e a filosofia da diferença. (Atra)versar os (des)enquadramentos que as cidades contemporâneas nos provocam em expressões imagéticas, em uma tentativa de deslocar a pesquisa em educação para outros cenários, outras possibilidades que não o lugar-escola, mas apostar na provocação criativa dessa experimentação junto às imagens em uma educação visual que tem a imagem não como representação fixa de uma certa visibilidade, mas como criação de novas visualidades, ?visagens? que não dão a ver o mundo, mas torna-o visível no plano das sensações. Para tal, pretendemos, como objetivo principal, interrogar a política da representação ? onde quase sempre as imagens são dadas a explicar e/ou ilustrar o mundo, sendo julgadas como fiéis ou não a uma representação de um ambiente cotidiano dado a priori ? que insistentemente percorre os encontros com imagens. Propor outras ressonâncias, atravessadas pela experimentação e sentidos emitidos pelos signos em uma outra postura estético-política que abra para outros relacionamentos com as visualidades em educação, divulgação e produção de conhecimentos. Proposta de trabalho junto a cada um desses grupos através de Oficinas, espaços de aprenderes e ensinares que podem escapar do formato escolar, nunca estando prontas, pois se fazem enquanto acontecem Lange (2010). E, esse movimento, pretendemos fazer ressoar outros sentidos, sensações, conhecimentos, no contato com artistas como Marli Wunder, Alexandre Órion, Banksy, entre outros, cujos trabalhos desenquadram as superfícies e reflexos das ruas, além de explorarem a arte no sentido de extrair, das imagens, uma representatividade, um registro, uma fidelidade com a realidade. Nos momentos das Oficinas, expor, explorar, (re)pensar, (re)fazer imagens, em uma tentativa de aproximar-se a um percurso, um road movie cultural, na vontade de não trilhar caminhos pré-determinados para os sentidos das/nas/com as imagens, mas produzir fugas. Com-vidar, para pensar as imagens produzidas, o conceito de signo (Deleuze, 2003), força expressiva e incontrolavelmente criadora? Potência para ressoar educação. Questionar, através dessa pesquisa: o que podem as imagens quando não pretendem explicar, ilustrar, registrar as cidades? Como sair do plano da representação e criar experimentações-sensações a potencializar um pluri-álogo entre diferenças, culturas, imagens e conhecimentos em um movimento maquínico dos signos? O que acontece quando tais signos que circulam nas cidades e se desdobram e pluralizam em imagens são deslocados junto ao campo da educação?

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